sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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eu tenho sempre uma esperança
e uma palavra de carinho,
para uma alma aflita que se cansa
perdida em meio do caminho

meu coração é o de uma criança
canta como um passarinho
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Os poetas são semi-deuses.
Vivem dentro de um mundo criado pela própria
imaginação, sentindo, em qualquer idade, a vivência
dos seus sonhos.
Esta irrealidade é a autenticidade da minha Poesia.
E é por esta razão que ainda escrevo versos de amor.
Não vivo apenas para a materialidade da vida.
Será que vocês me compreenderam?
Eu também gosto, às vezes, de ser paradoxal...
Fernando Burlamaqui

Sobre a Poesia

Sobre a Poesia de Fernando Burlamaqui, em carta de 25/02/1979, assim se

manifestou Luís da Câmara Cascudo:

“Fernando Burlamaqui, meu Poeta! Tem razão. Estes são os eternos caminhos para quem sabe encontrar e seguir, com obstinado enlevamento. Jubilosa emoção pelos Sonetos autênticos; arcabouço ósseo, carnadura muscular, vibração do sistema nervoso, funcionais e harmoniosos. As paisagens, íntimas e exterior, vivem as alegrias da legitimidade policroma sentimental. Encanto na coincidência da impressão memorial. Vejo o Recife de 1908, com os olhos de 10 anos, na fidelidade sensorial dos 80, alcançados em dezembro. Rios, pontes, casario, a senhorial Olinda. Ouço as vozes na profundeza da minha surdez afastadora do cotidiano. Lindos versos, Fernando! Claros, fiéis, sedutores na comunicação luminosa e sonora. Sonetos reais, cumprindo a missão evocadora e divina. Que distância dos enigmas contemporâneos, convulsos e sibilinos... Poeta feliz, na fidelidade da Inspiração, no milagre da participação humana e divina. Gratas saudações por haver lembrado deste seu admirador oitentão que o saúda com a sensação de vê-lo na moldura do panorama ressuscitado e eterno. Muito cordialmente, - LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

Blog de Fernando Burlamaqui

Este blog foi criado para divulgar as poesias de Fernando Burlamaqui.
Ele nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1908.
Publicou vários livros: Humildade (1932), Rosas do meu jardim (1938), Luz interior (1948), Trovas e Trovadores ( 1974) e outros títulos.
Foi presidente do Clube de Poesia do Recife e sócio correspondente do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes do Rio de Janeiro.